segunda-feira, 6 de dezembro de 2010

Sobre mendigos, indigentes e afins - Parte 2

Olá a todos.

Deu pra notar (ui) que eu fiquei um bom tempo sem escrever. Peço desculpas a todos, mas a verdade é que eu não estava a fim.

Continuando meu relacionamento com os mendigos... há algum tempo atrás (uma semana ou duas antes da última postagem), eu precisei ir até a região urbana de Sorocaba para pagar a parcela de juros da obra do meu apartamento (já que a MRV é uma bosta e está mais do que atrasada). Ocorreu que meu chefe, e amigo, precisou ir comigo até lá para pagar umas contas atrasadas e decidiu aproveitar a carona.

Não comprem. É uma bosta. Pior que essa edição tosca que eu fiz no paint...
Para quem conhece Sorocaba, sabe que existe a Av. General Carneiro, importante região comercial da cidade, com vários bancos e também ponto de travestis durante a noite (o que não vem ao caso). E sabe também que existe ali o Hospital Evangélico e também existe ali perto um restaurante chamado Carmella (ou algo assim).

O fato é que fomos pagar as contas. Eu na Caixa, o Manolo no Bradesco. Terminamos de pagar as contas e fomos almoçar no Carmella, que tem uma comida excelente (não é post patrocinado) e por um preço bem acessível. Porém, praticamente todo mundo que trabalha nessa região almoça no Carmella pelo mesmo motivo e, ao chegarmos lá, fila.

Sou brasileiro, mas não gosto de fila. Principalmente se for fila para comer. A opinião do Manolo não foi diferente. E decidimos ir a um outro restaurante ali perto, que tem uma comida igualmente singular e um preço igualmente acessível, o Cantinho da Ge (novamente, friso que não é patrocinado).

Como o local estava próximo, fomos caminhando. Enquanto passávamos em frente ao Hospital Evangélico, desciam duas mendigas na nossa direção, nos encarando. Eu já pensei na hora que elas iam tentar nos assaltar. O Manolo teve a mesma reação.

Uma delas era morena e estava com uma blusinha branca toda suja, calça jeans no mesmo estado e de chinelo. A outra era uma loira e estava com uma blusinha verde e amarela, short igual, mostrando uma parte da bunda (uau!) e acho que descalça. Sei lá, não lembro... Só me lembro que ela tinha um sorriso encantador. E de fato me encantou, porque eu não parava de olhar tentando descobrir aonde estavam os dentes dela.

Quase isso, né Manolo?

Então elas vieram chegando, nós fomos chegando... Eu já deixei as mãos livres para qualquer reação e o Manolo fez a mesma coisa. Porém a atitude delas foi diferente. A loirinha chegou e assaltou o Manolo, levando com ela a pureza do meu amigo.

Ele pulou para trás (me acertando) e deu um tapa na mão da jovem, que deu uns dois passos para o lado. Eu perguntei: "Que é isso, Manolo???" e ele, todo sem jeito: "Ela beliscou meu pau. Agora. Beliscou meu pau. Credo!". O menino estava em choque.

Enquanto o pobre Manolo se recuperava, a mendiga desceu a General Carneiro gritando: "Viado!!! Gostoso!!!". Bom... se ser viado é não gostar que uma mendiga desdentada e imunda tente te bulinar, então eu também sou.

Vou pro inferno por ter postado isso, mas vou com gosto!

terça-feira, 12 de outubro de 2010

Sobre mendigos, indigentes e afins

Boa noite a todos.

Desculpem a demora para escrever. Eu simplesmente não estava a fim.

As pessoas que eu não conheço normalmente gostam de conversar comigo. Não sei bem o porquê disso... mas sei que acontece. Por exemplo: da última vez que eu fui para o Rio de Janeiro, eu estava num cruzamento, o sinal estava verde, mas não tinha como avançar, senão ia fechar o cruzamento. Tinha um carioca no carro do lado... ele fez questão de abaixar o vidro só pra comentar comigo que tinha UM cara de Fortaleza fechando o cruzamento... que o cara saía de lá da puta que o pariu para vir até o Rio pra fazer merda... aí eu falei que o monte de carioca que estava fazendo a mesma coisa estava tudo certo... só o cearense que estava errado. O cara fechou o vidro na hora... Enfim... acontece.

Está todo mundo errado... Só ele está certo.
Sobre o título do post... vamos começar com duas histórias que aconteceram comigo... a primeira delas, mais curta, me remete ao meu passado religioso. Sim, um dia eu tive um. Ia às missas, fui coroinha (não, nunca fui abusado), ia às procissões e tal... até que um dia, estava eu, na procissão, rezando um Pai Nosso (que para quem não sabe, é tradicionalmente rezado com as palmas das mãos para cima), quando um mendigo chega do meu lado e pega na minha mão e continua rezando. Meu irmão, mui amigo... começou a rir. Mas eu não deixei ele de lado... fui lá e peguei na mão dele. A hora que a oração acabou, o mendigo me agradeceu e foi embora.

Outra situação aconteceu na rodoviária. Chegou um desses mendigos querendo dinheiro pra voltar pra casa... O cara começou a me contar que ele e a mulher dele são de Araçoiaba da Serra e que vieram pra Sorocaba e apanharam na rua, e que ele foi pra um hospital e a mulher foi pra outro, e que precisava achar ela ou ir pra Araçoiaba pegar as coisas dele e procurar por ela.

Haja saco...
Eu, que ia pegar o ônibus muito tempo depois, perguntei logo quanto ele precisava. O cara precisava de uns dois reais, mas o que ele conseguisse já estava ótimo. Eu dei logo os dois reais pra ele, esperando que ele fosse embora. O filho da puta sentou do meu lado. Eu estava, na época, com a ilusão de escrever um livro. Parei o que estava fazendo e olhei pro cara: "Escuta... o senhor não vai embora não?" O cara me respondeu: "Não, o ônibus só sai às quatro e meia". Eram duas da tarde. Aí eu olhei, dei de ombros e voltei a escrever.

"Você acredita em Deus?". Foi assim que o mendigo quebrou o silêncio. Dois minutos depois. Respondi que sim. "Tem como você fazer uma oração pra mim?" Eu olhei. Incrédulo. "AQUI????". "Isso, mas bom... se você tiver vergonha, não precisa. Não tem problema.". Na hora, me lembrei de uma passagem da bíblia que fala de quem tem vergonha de Deus e tal. Aí eu rezei um Pai Nosso e uma Ave Maria e o cara foi embora. Deus providencia.

Eu ia contar mais uma história de mendigos que ia ser o motivo principal desse post. Mas ia ficar muito longo. Fica pro próximo. Manolos que se cuide.

Rezar só para um mendigo ir embora... Quantos anos no inferno?
Moral da história: Não adianta. Eles só vão embora a hora que eles querem ir.

domingo, 12 de setembro de 2010

Atropelando e sendo atropelado

Boa noite a todos.

Em primeiro lugar, estou chateado com o desempenho do blog... Tirando algum desocupado que votou nas reações ali embaixo, ninguém comenta... eu me sinto um retardado escrevendo para ninguém... Se bem que esse era o propósito inicial do blog.

Enfim... como alguns já sabem, eu já fui atropelado uma vez... Embora um amigo meu costume dizer que fui eu quem atropelou o carro.

Deve ser legal ter um carrinho desses
Então... não me lembro ao certo em que ano foi, mas o ano começou muito mal para mim... acho que foi 2005... Já comecei o ano tomando um pé na bunda. Sim, era mais ou menos 00:30, quando eu liguei para dar feliz ano novo e praticamente ela me disse: "será muito feliz, já que estou começando sem você". Não, ela não foi tão sem coração assim... mas foi algo assim.

Eu me lembro que era lançamento do filme O Senhor dos Anéis, alguma das edições. E fomos eu e mais dois amigos para Itu (porque Porto Feliz é uma bosta e não tem cinema). Como eu não tinha habilitação ainda, fomos de ônibus para lá e como éramos muito pães-duros (existe plural para essa expressão??), não pagávamos um real pela passagem dentro de Itu e andávamos a pé por mais de um quilômetro.

Assistimos ao filme e fomos embora. Andamos essa distância toda bem lentamente para pegar o ônibus sóóóóó na próxima hora. Mas, aconteceu que um dos caras viu que tinha um ônibus saindo e disse que se corrêssemos, poderíamos pegar aquele. Não gostei da idéia, mas fui no embalo.

Ele atravessou a rua correndo e eu, ignorando o que minha mãe sempre me ensinou de olhar para os dois lados para atravessar, fui no embalo. Não deu. A hora que eu olhei para a esquerda, tinha um jipinho da Kia vindo... ele freou e tal... a hora que eu vi, eu tentei parar, mas a inércia jogou meu corpo para a frente. A única coisa que eu tive tempo de tentar fazer foi botar o braço na frente do rosto para não estragar mais ainda a minha cara.

Dói na hora.
Foi o soco mais forte que eu já tomei na vida. Além de me jogar para trás, eu vi tudo ficando branco e eu pensei que fosse desmaiar. Até que eu me dei conta de que estava caindo. Botei a mão no chão antes de cair,  me levantei e fui correndo em direção ao ônibus. Lembro-me bem daquele dia. Passei a mão no nariz para ver o estrago e vi minha mão com uns pedacinhos de carne (ou ranho) e muito sangue.

Quando o cara conseguiu parar o carro, eu falei para ele ir embora e pedi desculpas, afinal, a culpa era minha. Foi tudo muito rápido. Enquanto eu corria para o ônibus, esse amigo meu voltava na direção do carro. A única coisa que eu pensei é que ele daria um chute na porta, iria arrebentar quem estivesse no carro e nós seríamos presos e não saíriamos dali antes das dez horas da noite. Eu gritei para ele não ir lá, já que a culpa era minha... Aí ele calmamente me disse: "Não, seu imbecil!!! Eu estou indo pegar as suas coisas que estão todas jogadas na rua..."

Beleza. Ele pegou, o busão tava quase saindo... quando eu comecei a bater na porta com a mão toda ensanguentada. Para o motorista, devia ser algum filme de terror. Subi no ônibus e virei a atração do momento. O cobrador olhava para mim sem piscar... eu paguei e ele nem se ligou em devolver o troco, até que eu cobrei. Minha cara doía e meu nariz pingava sangue pelo chão. E eu ainda estava tonto. As pessoas olhavam para mim e quando eu olhava para elas, elas viravam a cara. Quanta bondade!

O cobrador perguntou ao meu amigo se eu havia levado uma surra. "Que nada... ele acabou de ser atropelado...", respondeu o meu amigo com toda a tranquilidade do mundo. O cobrador ficou ainda mais assustado. Mas depois disso teve uma boa alma que deu um saco de lencinhos de papel para eu tentar estancar o sangue.

Um outro passageiro, comovido com a situação, me deu um lenço branquinho, que eu agradeci e deixei todo vermelho. Também perguntou se eu apanhei, eu disse que não. Ele então começou a me contar histórias da vida dele, de bebedeira e acidentes de trânsito. Não que me interessasse, mas estava divertido. No final eu ainda devolvi o lenço para ele. Sim, sou filho da puta.

Devolvo um lenço cheio de sangue para um estranho... Ele com certeza não vai usar de novo. Mais alguns aninhos no inferno.
Quando minha mãe perguntou o que houve, eu disse que caí na escada do cinema. Não sei porque, mas pareceu uma boa idéia. Disse qualquer coisa como descer a escada correndo e pisar numa garrafa PET jogada por lá e ver tudo girando.

No final do ano (sim, quase um ano depois), eu contei para ela que na verdade eu tinha sido atropelado. Ela chorou.

Moral da história: Sempre olhe para os dois lados e nunca minta para a sua mãe.

terça-feira, 7 de setembro de 2010

Treinamento de sensibilização

Boa noite a todos.

Outro dia eu falei sobre uma forma de se pegar ônibus de graça, hoje vou falar de um treinamento de sensibilização que eu fiz há algumas semanas.

A empresa nos obrigou a fazer ofereceu um treinamento de sensibilização para com os portadores de deficiência. Eu juro que tentei me manter sério... mas não deu.

Caezinhos são sempre mais bonitos que pessoas.
No começo, foram apresentados alguns dados interessantes e que eu duvido que tenham sido calculados... por exemplo: 10% das pessoas no estado de São Paulo são portadoras de algum tipo de deficiência física. É aquela coisa... olhe nove amigos seus... se nove parecerem normais, você deve ter algum problema.

Mas depois, veio a sensibilização de fato... tinha um cara lá brincando na cadeira de rodas e olhou para a minha turma que estava fazendo o treinamento... e perguntou quem queria a cadeira... Eu já fui logo tirando o cara de lá, falando que eu iria pegar a cadeira de rodas, sentando e entortando as perninhas. Fui advertido de que quem pegasse a cadeira de rodas deveria descer até o palco com ela. Havia uns dois ou três degraus. O resto do pessoal que estava comigo se fodeu. Teve uns três que pegaram uns óculos jateados com areia, para simular a perda parcial da visão e outros que pegaram uns abafadores, para simular um surdo.

O objetivo dessa putaria toda era todo mundo ir tomar um café... Porque se a cada 10 pessoas, uma tem deficiência, é extremamente natural, entre 7 pessoas, termos 7 deficientes. Eu observei comovido à cena dos surdos guiando os cegos para a mesa... mas não sou um bom samaritano e decidi me acomodar à mesa antes deles.

Exemplo de deficiente mental.
Quando o cego foi pegar as bolachas os biscoitos, eu percebi que se eles pegassem, iam acabar com tudo e eu não ia conseguir comer mais... Tocado pelo meu espírito de bondade, decidi favorecer ao próximo: meu estômago. Rapidamente, puxei a vasilha com as bolachas os biscoitos para longe do cego, enchi um copo com suco e passei a observar a cena que se passava ante meus olhos... sentado.

A moça do treinamento perguntou ao cego: "Você quer suco?". O cara respondeu que sim. A moça então falou para ele pedir suco para o cara... O cego pediu. O cara entendeu e colocou suco para o cego. A moça perguntou: "Espera aí. Você gosta de suco de goiaba?". "Não", respondeu o cego, rapidamente. A moça então disse: "Então fala pra ele". E o cego falou... mas o cara com quem ele estava falando era surdo... eu comecei a rir... Sem ajudar.

Acabou o tempo e tivemos de devolver nossas deficiência aos organizadores do curso. Antes disso eu perguntei se realmente tinha de descer os degraus. A moça me disse que não, porque isso era antes do café e tal. Não me dando por contente, fui tentar descer os degraus mesmo assim... quando cheguei perto, ouvi a moça gritar: "Gente, pelo amor de Deus!!! Ele vai tentar descer mesmo!!! Segurem ele!!!". Isso pareceu bastante encorajador.

Como até então eu havia pilotado a cadeira com exímia destreza, pensei que não teria problemas. Até que eu cheguei de frente com os degraus... Eu sei que quando se está sozinho, deve-se descer os degraus com uma cadeira de rodas de costas para o degrau. Isso mesmo, de ré. Mas dado o tamanho do degrau e das rodas da cadeira, eu acho que se eu tentasse, iria acabar definitivamente precisando de uma cadeira para mim. Para sempre. E decidi não descer.

Direitos iguais.
Devolvi a cadeira e voltei a andar. A moça do treinamento perguntou o que achamos. Bom... da minha parte, eu achei o treinamento divertido... mas respondi que a sensação foi horrível. A mulher perguntou porque... se eu estava pilotando tão bem... eu disse que não consegui descer os degraus... Aí ela continuou dando alguns conselhos, que eu provavelmente teria feito o contrário se ela não tivesse me avisado. Segue para vocês:

* Cegos também usam verbos como "ver", "enxergar"
* Ao falar com um surdo, você pode falar como você falaria com qualquer outra pessoa. Falar rápido demais ou devagar demais, altera a forma como você mexe a boca, dificultando a leitura labial.
* LiBraS (Linguagem Brasileira de Sinais) é o segundo idioma oficial do Brasil (não é um conselho, mas eu achei uma informação legal)
* Não se apóie ou fique amontando coisas nas cadeiras de rodas dos paraplégicos/tetraplégicos. Especialmente se eles estiverem utilizando-as. Uma vez que o sujeito passa a depender da cadeira para locomoção, a cadeira passa a fazer parte do corpo da pessoa e não é legal se alguém ficar se apoiando em você na rua, não é verdade? Observações do tipo: "segura isso aqui pra mim, você não sente as pernas mesmo, não vai se incomodar com isso..." também não são legais.
* Muletas, assim como cadeira de rodas, são parte do corpo da pessoa e não é legal você chegar num teatro ou cinema e falar: "Vou tirar essa porcaria daqui e colocar ali do lado porque está atrapalhando. Se você precisar, você fala pra mim que eu pego.". Vai ser um saco para o manco pedir para você pegar, caso ele precise ir ao banheiro e vai ser um saco para você ir lá pegar também. Ninguém também vai se lembrar de ir buscar as muletas caso o lugar pegue fogo. Apesar da seleção natural cumprir o seu papel.

Confesso que ri muito quando ela falou dos dois últimos. Depois disso ela botou um vídeo de um cara que não tem os braços e tocou violão para o Papa João Paulo II. Embora o vídeo fosse sério e devesse soar como lição de vida, eu não aguentava quando ele falava: "Elle no tiene los brazos!!!"

Acompanhem o video abaixo.



Moral da história: vigiem seus filhos e não deixem que se transformem em professores mortos de fome.


A figurinha do inferno não poderia faltar. Tanto pela história quanto pela moral.

domingo, 29 de agosto de 2010

Batismo

Olá a todos. O feed está funcionando.

Um fato que muita gente sabe e, por incrível que pareça, um número de pessoas maior ainda não sabe... é que um dia eu fui coroinha. Sim, eu já estive lá no altar ajudando o padre. Mas não, nunca fui abusado.

Outro fato que muita gente sabe e muito mais gente não sabe... é que eu não sou lá muito certo das idéias. Faço o que eu quero, embora nem sempre as consequências sejam favoráveis. E de todas as coisas erradas que eu já fiz, essa talvez seja a única que eu realmente me arrependa. E não tem uma vez que eu pense nisso sem sentir remorso. O que não quer dizer que, se eu morresse e tivesse de viver de novo, eu deixaria de fazer. Senão de que outra forma eu conheceria o remorso?

Foi praticamente a mesma coisa...
Enfim... estávamos eu e vários amigos na casa de uma tia minha... e tem um primo meu que eu gosto muito... e ele era bem mais novo nessa época... aí eu conversando com o pessoal e ele vinha e me zoava... eu falava pra ele parar e tal e nada... aí eu falei que se ele não parasse eu ia levar ele no banheiro e enfiar a cabeça dele na privada...

Aí ele não parou, e eu fui até o banheiro e pendurei ele de cabeça pra baixo e dei descarga. É óbvio que eu não ia fazer isso com ele... aí eu abri a torneira, molhei a mão e molhei o cabelo dele...aí beleza... a gente saiu rindo e tal...

Como não achei nenhuma foto de ninguém enfiando ninguém na privada, fiquem com essa tirinha.
Papo vai, papo vem, a zoeira voltou... aí eu falei de novo que ia levar ele lá... dei várias descargas na privada para ter certeza de que a mesma estaria limpa... e pendurei ele de cabeça pra baixo... e dessa vez eu molhei mesmo a cabeça dele... Sim, eu sou mesmo um filho da puta. O garoto saiu chorando de lá. Cinco minutos depois, chega o pai dele, puto da vida (com razão). Perguntou o que houve, explicou que ele estava chorando e que isso não se faz. Realmente isso não se faz. Tentei me justificar dizendo que eu dei várias descargas e que a privada estava limpa, que ninguém tinha usado e tal, aí ele saiu.

Decidi subir falar com o meu primo. Ele já tinha tomado banho e ainda estava triste e com os olhos inchados... aí eu mostrei pra ele que a água da privada era limpa. Como? Tomando um bom e generoso gole Enfiando a minha cabeça também na privada... e dando uma descarga lá dentro... a água subiu até chegar perto dos meus olhos. Deu medo, mas fazer o que. Se eu sou homem de enfiar a cabeça de uma criança na privada, tenho de ser de conseguir colocar a minha também.

Minha tia, que assistiu à cena, virou a cara para não vomitar. Levantei a cabeça, e procurei meu primo, com a água escorrendo pelo meu rosto (eu não lembrei de dar várias descargas antes para ter certeza de que a água estava limpa). A expressão dele foi de terror e ele saiu de perto... Aí eu achei melhor ir embora.

Nada como mais alguns aninhos no inferno...

Moral da história: se for enfiar a cabeça de alguém na privada, faça isso com quem você não conhece.

domingo, 8 de agosto de 2010

Pegando ônibus

Olá a todos.

Como já deu pra notar, este blog não tem periodicidade nenhuma. Quero ver se mais tarde eu crio um feed.

Uma vez, nos gloriosos tempos de FATEC, estava eu no ponto de ônibus esperando e checando minha carteira, quando tive uma epifania: as carteirinhas de ônibus de estudantes são amarelas, assim como as carteirinhas dos deficientes físicos também são amarelas. Como não tinha nada a perder (tirando por alguns dentes e talvez o próprio ônibus), decidi arriscar.

Essa vaga não é pra você, filho da puta!
Minha carteira tinha uma espécie de janelinha onde eu poderia colocar minha carteirinha de estudante e, assim, me passar por um falso deficiente. Lembro-me muito bem daquele dia. Estávamos em três pessoas no ponto. Quando anunciei a idéia, lembro-me de um dos meus amigos me dizer: "Duvido!" e o outro dizer "Vai então!". Prezados leitores, eu estaria mentindo se eu dissesse que essas não são as palavras que encorajam qualquer jovem a fazer qualquer merda na vida.

Posicionada a carteirinha, fui arrastando minha perna até a beira da calçada exibindo a minha carteirinha de "deficiente" e gritando: "Motorista!!! Motorista!!!". Quando o motorista estava parando o ônibus, eu já fui me dirigindo à porta de trás e, com certa dificuldade embarquei no ônibus. Não me recordo ao certo se havia lugares vagos ou se liberaram lugar para eu me sentar, mas me lembro de haver pessoas em pé enquanto eu me acomodava confortavelmente no ônibus.

Dada a minha "deficiência" que impedia minha perna de movimentar-se normalmente, levei cerca de um minuto para me acomodar. Primeiro, tentei sentar como uma pessoa normal, mas a perna não deixava. Então eu levantei e fui sentar novamente. Mas, dessa vez tomei o cuidado de entrar no banco "de ré", sentar e então ir puxando a perna que não obedecia. Olhei para as pessoas me encarando no ônibus, mordi os lábios como se lamentando "é foda..." e olhei para fora. Lá estava um dos meus amigos rolando de rir no ponto de ônibus.

Mordi os lábios mais uma vez. Eu sabia que se desse risada ali, eu ia apanhar muito. Logo chegou o outro amigo meu, que iria junto comigo nessa viagem da Fatec até o terminal São Paulo. Ele sentou-se ao meu lado e me olhou, mordendo os lábios. Retribuí, balancei a cabeça e permaneci cabisbaixo, aumentando o clima de pesar dentro do ônibus.

Ganhei cinco anos no inferno por fazer isso.
Com o tempo, começamos a conversar e tal, até que chegamos no terminal. Desci do ônibus com toda a dificuldade que eu tinha e estava conversando com ele quando vi que o outro ônibus que eu ia pegar estava saindo. Saí correndo atrás do mesmo, como se estivesse curado por um milagre.

Dois dias depois, estou eu no mesmo ponto de ônibus quando aceno para pegar o ônibus. O motorista tinha aberto a porta de trás, mas eu não me toquei e entrei pela frente mesmo, sem qualquer deficiência. Ele só ficou me olhando com cara de ódio.

Moral da história: Nunca confie num deficiente.

domingo, 1 de agosto de 2010

First Blood

Olá.

Meu objetivo neste blog será postar algumas histórias que eu já fiz. Por quê? Não sei. Pra quem? Não sei. O que eu ganho com isso? Só as migalhas que o adsense talvêz me dê se alguém clicar. Provavelmente nada.

Hoje não terei tempo de escrever nada. Só de montar a porcaria do blog. Diferentemente do Mobral, tentarei não postar nada com o objetivo de construir opinião. Só contar histórias.

Dispenso apresentações. Quem me conhece, me conhece. Quem não me conhece poderá ter uma ideia (nunca sei onde se acentua com essa porra de reforma ortográfica) pelo que vai ler aqui.

Meu mais sincero "vá tomar no cu" e tenha uma boa leitura.

Luis Borin.
Maldito.